Domingo, 2 de Julho de 2006

Crata de uma Educandora

Com base nas últimas reformas impostas pelo ministério da educação às escolas e aos professores, aqui fica uma das muitas cartas que irão ser enviadas aos Conselhos executivos das escolas a efectuar a avaliação por parte dos Encarregados de educação, dos professores deste último. Esta é referente a um Aluno do nono ano.
" Ao concelho executibo da escola
Á dos roubados
2300 -564 Lavoura de cima

Com base nos pedidos da Sra. Minista aqui fica a minha avaliacao dos prufessorês do meu educandu, o Zé Augusto silba, assim são:
Portugues: dois pontos, é aplicada e gosta muito dos poemas mas isso na mata a fome a ninguém, eu cá axo que essa disciplina debe ser acabada, nos sabemos muto bem falr e escreber por isso e perca de tempo.

Ingles: três pontos, axo muto bem esta disciplina, e muito educatiba e o me Zé tame sempe a dizer "fuc IU", o que quer dizer "gosto muto de ti mãe", lindo.

Frances: dois pontos, isto dos aveces já foi tempo, agora o pessoal esta mais virado para a Alemanha lá ganhase muto mais assim aprender esta coisa é dispenssavel, devia acabarse com ela.

Historia: Eu cá quando andaba na escola gostaba muto de istoria, isto e que era cada um contaba uma istoria, ainda me lembro daquela do ti badelhas, quando ele caio com o burrico e lá se foram as nespereas aquilo é que foi rire as gargalhadas, gosto muto quatro pontos.

Geografia: O me Zé gosta muto ele ate sabe onde se faz a coca, e na colômbia, ele bebe muta coca cola, eto lhe sempre a dizer Zé isso fazte Mali mas ele na me oube, quatro pontos.

Matematica: um ponto, esta disciplina devia acabar o me Zé chega sempre a casa com dore de cabeca já na sei que lhe dé pras dores, e muto violenta a disciplina e o sacana do prufessorê até quer que o miudo traga trabalho pra fazer em casa vejam so, como se o cachopo já na tivesse cosas pra fazer.

Ciencias-naturaes: tres pontos, o me Zé ate gosta disto ele aprendeo que os sapos e as rans tamem fazem o amor, foi lindo ele a correre atraz da irmã pra lhe mostare como se faz, bem o me marido foi dar com ele atraz da ovelha Jaquina foi uma sorte, na fosse o raio do gaiato apanhar a tal da siva e era mau.

C. Fisica e quimicas: um ponto, atao na e que o raio do prufessorê me queimou as pestanas do me Zé, o cachopo chegame a casa todo qemadinho das pestanas, Isto e um prigo esta disciplina devia acabare e mai nada.

Ed. Fisica: cinco pontos, axo muto bem fazer o me Zé levantarse da cadera e correre, ate proque Ca em casa ele esta sempre a correre atraz da irmã aquilo e que são os dois marotos sempre na brincadera, outro dia ate ele já estava com as calcas na mão e ela a correre a frente dele mas o sacana consegio memo assim apanhar a mosoila, ele e rápido.

Ed. Tecnologica: quatro pontos, axo muto bem o mosoilo aprendere uma prufissao, sim de eletrisista ele ate tem futuro na cosa, axo muto bem.

Of. Esprecao prastica: um ponto, na axo bem os miudos tarem a trabalhare com prastico aquilo e muto prigoso faz male os oios e a cabeça, deviam acabare com esta disciplina.

Area projeto: um ponto, aqui na nossa cidade na temos áreas pelo que eu Ca Axo que esta disciplina devia acabare.

Est. Acompanhado: cinco pontos, axo muto bem os miúdos estudao melhores acompanhados que sozinhos, muto boa esta disciplina ate deviam dare uma medalha ao prufessorê que os acompanha nos estudos.

Form. Civica: um ponto, atao o me filho na sabe se comportare qé la isso, eu deilhe muta educacao e ele ate sabe que na deve arrotar a frente das outras pessoas, so a traz, orta bem o me filho e muto bem educado.

Tec. Inf. Comunicacao: quatro pontos, isto dos computa dores tem muto que se lhe diga, o mocoilo agarrase aquilo e na vem ai nada, mas eu já sei quase tudo ele esplicoume como se eu fose muto burra, assim axo que isto dos computa dores e muto bom e e um emprego de futuro assim como o eletrisista.

Ao diretor da turma e muto boa pessoa ate lhe dei uma dusia dovos e duas galinhas da minha criacao pra ver se ele na chumbava o me Zé, e ele na chumbou. Mas teve de la ir o me marido com a xaxola e dizerlhe que lhe partia os cornos pra ver se ele na deu logo a positiva ao rapaz, e muto boa pessoa o sr. diretor, quatro pontos.

Bem ajam e pró ano vai ser melhore, com cumprimentos mutos,
Purificacao das anjos."


Fonte: BLOGotinha

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Quinta-feira, 22 de Junho de 2006

Os professores são culpados?

publicado por serprofessor às 22:56
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Quarta-feira, 21 de Junho de 2006

450???

O Ministério da Educação quer reduzir de 450 para 300 o número de professores com funções sindicais a tempo inteiro, devendo aprovar até ao início do próximo mês legislação nesse sentido, anunciou hoje a tutela.
Fonte: Público.pt

Não entendo como é possível serem tantos e fazerem tão pouco e tão mal. Sugiro que todos estes professores voltem para as escolas a aprendam a realidade dos nossos dias.
Por vezes parece-me que nos sindicatos da educação ainda conhecem menos o que efectivamente se passa nas nossas escolas que a Ministra.

Uma sugestão: nenhum sindicalista deve estar afastado da escola mais de 3 anos.
Nem ninguém nas DREs, nem no Ministério...

publicado por serprofessor às 16:34
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Sábado, 10 de Junho de 2006

Ainda a Matemática

Está já disponível, no site do Ministério da Educação, o Plano de Acção para a Matemática: o plano e o edital.

Dada a sua importância, aqui fica:

PLANO DE ACÇÃO PARA A MATEMÁTICA

1ª ACÇÃO: PROGRAMA MATEMÁTICA: EQUIPAS PARA O SUCESSO
Medida 1: Elaboração de Planos de escola de combate ao insucesso na Matemática.
a) A Escola/Agrupamento, com base numa análise aos resultados dos alunos e de cada turma, propõem a aprovação de um conjunto de medidas que, no seu entender, possibilitarão, a médio e longo prazo (final do ciclo) melhorar os resultados dos alunos.
b) Este plano deverá identificar:
• Ponto de partida – resultados do aproveitamento constatado;
• Situação intermédia – resultados do aproveitamento esperado no final do ano lectivo
• Situação de chegada – resultados do aproveitamento esperado no final do ciclo.
• Estratégias e medidas a adoptar para os objectivos propostos.
• Descrição dos meios humanos a afectar e meios materiais necessários.
c) Aprovado o plano este é presente ao ME que estabelecerá com a escola o procedimentos e medidas de controlo sistemáticos dos resultados.
Escolas com 2º e 3º Ciclos
Conselhos Executivos
Grupos da Matemática
Conselhos Pedagógicos
Supervisores do Gave
A iniciar em 2006-2007
Medida 2: Continuidade pedagógica das equipas de docentes nas escolas, que acompanharão os alunos ao longo de todo o ciclo. Só deste modo se pode dar coerência ao projecto de fixação dos docentes por 3 anos.
Conselhos Executivos
A iniciar em 2006-2007
Medida 3: Desenvolvimento, no âmbito do Plano a apresentar ao ME, de projectos de trabalho conjunto entre os professores de Matemática e de Português.
Departamentos de Matemática.
Departamentos de Português.

Medida 4: Equipamento das Escolas com Laboratórios da Matemática, através de financiamento à aquisição de materiais manipuláveis, meios informáticos, software específico e do apoio à organização destas actividades nas escolas. Este equipamento deve estar incluído nos planos de escola.
Medida 5: Designação, por parte do ME, de um interlocutor privilegiado para acompanhar e estabelecer toda a ligação com cada escola envolvida no Projecto. Este interlocutor será nomeado de entre o conjunto de supervisores do Gave e, depois de colaborar com as escolas na elaboração do plano e com o ME na aprovação dos mesmos, acompanhará as escolas na implementação e monitorização do projecto.
Escolas
Equipa de Supervisores do Gave
A iniciar em 2006-2007


2ª ACÇÃO: PROMOVER A FORMAÇÃO CONTÍNUA EM MATEMÁTICA PARA PROFESSORES DE TODOS OS CICLOS DO ENSINO BÁSICO E DO ENSINO SECUNDÁRIO
Medida 6: Continuação do Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores de 1º Ciclo, iniciado no ano lectivo de 2005-06, em articulação com Instituições de Ensino Superior de forma a garantir o acompanhamento dos professores do 1º ciclo.
Escolas Superiores de Educação e Universidades
Escolas de 1º Ciclo
Iniciado em 2005-06. Nova edição no ano lectivo 2006-07

Medida 7: Lançamento de um Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores de 2º Ciclo, também em articulação com Instituições de Ensino Superior a nível distrital.
Escolas Superiores de Educação e Universidades
Escolas com 2º Ciclo
A iniciar em 2006-07
Medida 8: Apoio a Programas de Formação Contínua em Matemática para professores do 3º Ciclo e do Secundário.
Universidades
Centros de Formação de Professores
A iniciar em 2006-07

3ª ACÇÃO: NOVAS CONDIÇÕES DE FORMAÇÃO INICIAL DOS PROFESSORES E DE ACESSO À DOCÊNCIA
Medida 9: Revisão das condições de formação inicial e acesso à docência, no sentido de garantir um reforço dos saberes da especialidade da docência nos planos de estudo e suprindo insuficiências que estão diagnosticadas no domínio da Matemática. Através destas orientações passará a ser exigido um número mínimo de créditos ECTS e a realização de um exame de acesso à docência.
Instituições de Ensino Superior com Formação Inicial de Professores
MCTES
A iniciar em 2007-08


4ª ACÇÃO: PROCEDER AO REAJUSTAMENTO E ÀS ESPECIFICAÇÕES PROGRAMÁTICAS PARA A MATEMÁTICA EM TODO O ENSINO BÁSICO
Medida 10: Reajustamento dos Programas de Matemática actualmente em vigor para os três ciclos do ensino básico, adoptando o Currículo Nacional do Ensino Básico como documento de referência.
Especialistas em Matemática e Didáctica da Matemática
Março de 2007.

Medida 11: Definição, para o 1º Ciclo, de tempos mínimos para a leccionação das várias áreas curriculares, garantido um tempo de leccionação da Matemática compatível com o cumprimento dos programas e com a aquisição das competências definidas pelo CNEB.
Ministério da Educação
A iniciar em 2006-07


5ª ACÇÃO: CRIAR UM BANCO DE RECURSOS EDUCATIVOS PARA A MATEMÁTICA
Medida 12: Compilação e divulgação na página do Gave de 1000 items de exame para o exame de 9ª Ano e de sugestões de trabalho, de forma a proporcionar uma maior familiaridade de professores e alunos com o tipo de exercícios proposto.
Gave
Abril de 2007

Medida 13: Disponibilização de um portal de recursos educativos para a Matemática.
Especialistas em Matemática e didáctica da Matemática
Medida 14: Publicação de brochuras de apoio científico e pedagógico para professores para os vários ciclos do Ensino Básico.
Especialistas em Matemática e didáctica da Matemática
Brochuras do 1º Ciclo: Setembro de 2006.
Outros Ciclos: Setembro de 2007.


5ª ACÇÃO: PROCEDER À AVALIAÇÃO DOS MANUAIS ESCOLARES DE MATEMÁTICA PARA O ENSINO BÁSICO
Medida 15: Avaliação por peritos nacionais e internacionais dos manuais escolares de Matemática do 1º ao 9º ano do Ensino Básico.
Equipa de Peritos Nacionais e Internacionais nomeada pelo ME
Dezembro de 2006

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Sexta-feira, 9 de Junho de 2006

Plano de acção para promover o sucesso na Matemática

Parece que o trabalho não foi em vão e que vamos, finalmente, ter algum espaço de manobra para o ensino da Matemática.
No início do ano lectivo fizemos, a nível de escola e depois alargada, uma reflexão bastante aprofundada acerca das dificuldades existentes e demos algumas sugestões para um possível sucesso.
Claro que todos sabemos existem muitos factores exteriores que condicionam a aprendizagem da Matemática, tal como a cultura de "dificuldade" a que todos a associam. É a única disciplina em que é aceite, por parte de muitos encarregados de educação, que os alunos não tenham sucesso. Já muitos de nós ouvimos  "Eu também nunca fui bom a Matemática" e é algo muito difícil de combater.
Aliado a factores como este, existem ainda a falta de empenho da grande maioria dos nossos alunos, o facto de se tratar de uma disciplina onde a continuidade é fundamental, onde os conhecimentos são encadeados.
Há que, de uma vez por todas, combater a sério todos os fantasmas da Matemática. Aparentemente vão-nos ser dados meios de combate, tal como a Ministra prometeu aquando da apresentação dos resultados da reflexão nacional. Está nas nossas mãos fazer uso deles. Não passaremos a ter só génios na disciplina, certamente, mas pode ser que tenhamos menos alunos que odeiam a Matemática porque nunca a tentaram entender.

Para consultar:
Plano de acção para promover o sucesso na Matemática
Reflexão dos docentes do 3º ciclo sobre os resultados do exame de Matemática

Notícias:
Matemática: Ministra apela à adesão para combater insucesso
Sistema de ensino português não põe os alunos a pensar

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Terça-feira, 6 de Junho de 2006

Mudam-se os tempos...

Imagem recebida por mail

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Carta Aberta à Sr.ª Ministra da Educação

Recebi esta carta por mail e desconheço a sua origem. Pela sua pertinência e actualidade, achei que a deveria colocar aqui.

Esta carta, que será divulgada também na comunicação social, tem como objectivo contribuir para a reflexão acerca da Qualidade da Educação do nosso país.
Neste sentido, e ao invés de contestar ponto por ponto a sua proposta de alteração ao Estatuto da Carreira Docente, os docentes deste país ficam-se pelas suas consequências, o tal efeito prático que a Sr.ª Ministra prefere dissimular num jogo falacioso e perigoso, atirando-nos, pais e professores, uns contra os outros.
Embora tenha surgido como o maior engodo – o de chamar os pais à escola - da história da Educação deste país, na verdade, a avaliação dos Docentes pelos Pais e Encarregados de Educação, representa apenas uma ponta da ponta de um iceberg, uma linha de texto num documento de 54 páginas. Interessa apenas a quem se limita a promover manobras de diversão facilmente identificáveis, parecendo ignorar que nenhum professor sério irá temer se for avaliado de forma séria. É vergonhoso, até para nós que somos portugueses, verificar o calculismo e a facilidade com que a Sr.ª Ministra aborda a questão complexa, como é a de avaliar os desempenhos dos professores, sem o mínimo de profundidade, preferindo, sem olhar a meios, o populismo fácil e barroco.
Recorrendo a meras hipóteses, se o novo estatuto fosse, numa eventualidade pouco inteligente, aprovado, o docente teria um número fechado de vagas para Muito Bons e Excelentes. Assim, perguntamos nós: e se, num acaso, os professores de uma escola excederem o número premeditado de Excelentes? Escolher-se-iam os melhores dos melhores e passar-se-iam os outros para Muito Bom e os que tinham a dita nota para o Bom? Ou, numa outra eventualidade, rasurar-se-iam as notas, de forma a não se levantarem polémicas no seio de uma escola que se quer unida e sempre controlada?
Talvez se vislumbre uma resposta se se conhecerem melhor os dezasseis pontos em que o hipotético docente será avaliado, previsto no artigo 46º do hipotético novo estatuto:

. o professor será avaliado pelos resultados escolares dos alunos.
Explicar-nos-á a Sr.ª Ministra como pode um professor de uma má escola, e em muitas “má” será sempre um doce eufemismo, ter o mesmo nível de qualidade na sua avaliação de um colega seu numa boa escola? Será então que os professores têm as mesmas medidas e oportunidades de uma boa avaliação? Ou, por outro lado, bastará que se avalie positivamente os alunos, independentemente da realidade?

. o professor será avaliado pelas taxas de abandono escolar?
Certamente que no Ministério ainda andam à procura de uma resposta coerente a esta pergunta.
Imaginemos que existe uma comunidade de etnia cigana numa escola ou que em determinada localidade, e não são assim tão poucas, os pais querem retirar os filhos da escola para que trabalhem com eles. Como pode o professor ser penalizado por uma situação como esta onde a responsabilidade não lhe cabe?
Não se deveriam criar medidas coerentes para um mundo real? Neste caso como seria, então? Seriam penalizados todos os docentes daquela escola ou apenas daquela turma? Não será esta uma medida oportunista, em que se acusam os professores da incompetência, de um governo que não cria segundas verdadeiras opções para os jovens que abandonam o ensino ou que simplesmente querem mais?
Não será esta medida economicista, visto que, deste modo, os professores ficam limitados na sua avaliação, o que prejudica seriamente a sua progressão e, naturalmente, os impede de subir de escalão e vir a auferir um melhor salário?

. apreciação do trabalho colaborativo do docente?
O que significa exactamente trabalho colaborativo? E para colaborar com o quê? Ou com quem? Terá a Sr.ª Ministra intenção de instigar ao mau ambiente na sala de professores ou a de tornar menos transparentes algumas avaliações? Haverá aqui uma vontade de tornar ambíguo o que se quer simples e preciso? Talvez, na sua visão, “dividir para reinar” faça um sentido que não cabe nesta profissão!

. apreciação realizada pelos pais e encarregados de educação.
Consegue a Sr.ª Ministra avaliar com a exacta certeza uma pessoa que nunca viu e cuja imagem foi construída apenas por uma criança ou pelos comentários de outras? Serão todos os pais capazes de avaliar os professores através de quase nada? É essa a avaliação que pede aos professores, quando se trata de avaliar os seus alunos? Avaliar com pouco? Mas sempre num nível positivo, de forma a não transtornar os pais? A Sr.ª Ministra quer que nós acreditemos que uma avaliação realizada desta forma irá ser objectiva e transparente? Muito embora cada um dos pontos tenha um peso, que ainda não se conhece, tal questão parece-nos irremediavelmente condenada ao fracasso, pelo menos se observada de um ponto de vista sério e rigoroso.

. avaliação através da observação de aulas?
Quais são os critérios adoptados pela Sr.ª Ministra? Imaginemos que decorre a avaliação de dois docentes distintos em dois locais diversos. Cada um dos quais está a ser medido por um hipotético professor titular. Imaginemos que são duas escolas em meios diferentes. Encontra-se a Sr.ª Ministra capaz de nos assegurar que ambas as avaliações serão correctas ou que, sendo invertidos os lugares, os docentes manteriam a mesma qualificação ou quase? Nestas contas entram factores demasiado subjectivos. Numa mesma escola, o mesmo professor pode obter dois níveis diferentes, se for avaliado, por exemplo, por titulares de distintas sensibilidades. Suponhamos, por outro lado, que a aula corre mal, porque o professor está engripado ou porque os alunos vieram de uma visita de estudo. Será sério avaliar todo um ano escolar com três visitas à sala? Será sério fazer depender a progressão na carreira desta forma?

Os docentes passariam a ser avaliados em dezasseis pontos ou itens de classificação como lhe chama a Sr.ª Ministra. Destes, quinze são perfeitamente subjectivos, e um deles, o que respeita à assiduidade, o único preciso porque se trata de um número, a Sr.ª Ministra trata-o com a ligeireza que parece ser o seu maior dom.

A Sr.ª Ministra não se nega a coarctar aos docentes qualquer esperança, ainda que infeliz, de poderem assegurar o seu desempenho se caírem doentes numa cama.
O professor passa, assim, a ser obrigado a cumprir 97% do seu serviço lectivo, se quiser progredir na carreira. À priori, esta medida parece ser finalmente a resposta aos pedidos dos pais e encarregados de educação dos nossos alunos.
Será assim tão óbvia e tão simples esta leitura? Três por cento de faltas como máximo, representa cinco dias de faltas por ano? Explique-nos, por favor, a Sr.ª Ministra como justifica o facto de não poder estar doente. Fazemos notar que não falamos apenas de nós próprios, aqui também cabe assistência à família. Repare a Sr.ª Ministra que os professores lidam com crianças, cerca de vinte e cinco por cada uma das cinco turma (em média, claro está), e que estas mesmas crianças adoecem e se constipam e nos constipam. E nós sabemos que às vezes mais vale ficar um dia em casa e recuperar a saúde, do que prestar um mau serviço público. Os docentes têm um grande respeito pela sua profissão. Nenhum professor sério falta para ficar a dormir.
Teremos que “contagiar” toda uma escola necessariamente, em nome da graduação profissional, uma vez que só serão devidamente justificadas as doenças em regime ambulatório.
Por outro lado, repare Sr.ª Ministra, pois talvez ainda não o tenha feito, que a grande maioria dos docentes está deslocada da sua casa, longe dos seus familiares. Esta enorme massa humana que se desloca pelo país, em milhares de quilómetros mensais, aos princípios e fins-de-semana, em veículo próprio, e que entrega dinheiro ao estado nos impostos de combustíveis, está muito sujeita a ter contratempos na estrada ou com a mecânica do seu automóvel, e que, a partir de agora, estes mesmos cidadãos manterão esta distância durante três e depois quatro anos!

No que diz respeito às mães ou futuras mães, não compreendemos como pode a Sr.ª Ministra querer avançar com um estatuto que as espartilhará – a maternidade é um direito protegido pela Constituição da República Portuguesa. É-nos dito que, no decorrer desse ano, a docente não será avaliada, pelo que a mãe terá nesse ano a mesma classificação que lhe for atribuída no seguinte, ou seja, bastar-lhe-á faltar seis dias para que não progrida na carreira dois anos. Saberá a Sr.ª Ministra o complexo que é cuidar de uma criança durante os primeiros meses e anos de vida? Numa primeira fase, a do período do parto, o novo estatuto salvaguarda as mães para depois as deixar desamparadas numa segunda fase, como se a maternidade se esgotasse no acto de “dar à luz”.

Contempla alguns destes dados na sua proposta, Sr.ª Ministra, ou prefere tratá-los com a distância da sua demagogia? Como quer a Sr.ª Ministra estabilidade docente, aquela que tanto aclama, convencendo apenas quem ignora a realidade do que é ser educador, se qualquer uma das acções que toma vai no sentido de criar instabilidade e insatisfação? Como quer a Sr.ª Ministra docentes produtivos e colaborativos se instiga ao fascismo redutor, como se lidasse com gente disposta a rebaixar-se aos seus pés sem que lhe fosse levantado um par de olhos? Como quer a Sr.ª Ministra um alto nível de rendimento escolar e uma enorme qualidade para a Educação quando atira medidas laças para cima de uma mesa, onde se discute o futuro?
Este é um assunto sério, Sr.ª Ministra, nenhum professor está aqui para brincar! À Sr.ª Ministra interessa ter os pais do seu lado, independentemente dos meios, o que lhe interessa são os fins economicistas, cada vez mais sublinhados por cada medida que assina.
Pretende convencer os professores deste país que um tecto ao fim de doze anos de carreira é um objectivo para quem tem que ser avaliado e classificado todos os anos? As demagogias criadas para iludir a opinião pública são os instrumentos de trabalho utilizados pelo estado, mas do tempo da outra senhora, quando a Sr.ª Ministra ainda tinha a esperança de viver numa democracia – se é que teve…

Parece-nos que todas estas medidas foram lançadas ao ar para justificar o trabalho de alguns caciques que há muito não leccionam e que pululam de gabinete em gabinete na esperança, certamente vã, de lhe apresentar algum trabalho, uma vez que, somente quando já não tiver professores no seu ministério, vossa Senhoria ficará plenamente satisfeita.


Junho de 2006

Um grupo de Professores desrespeitados

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Sábado, 3 de Junho de 2006

Plano Nacional de Leitura

O desenvolvimento de competências nos domínios da leitura e da escrita, bem como a criação de hábitos de leitura nos alunos, são os grandes objectivos do Plano Nacional de Leitura, que vai ser implementado a partir do próximo ano lectivo.

Fonte: Professores.pt

A propósito da abertura da Feira do Livro, num dos noticiários perguntaram a um miúdo se ele já tinha comprado algum livro. A resposta foi "Eu queria, mas os meus pais não compram".
E não compram porquê? Não será muito difícil imaginar que será pelo preço a que os livros estão e que os torna proibitivos para a maioria das famílias portuguesas.

Enquanto assim acontecer, não há Plano Nacional de Leitura que nos valha!

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Quarta-feira, 31 de Maio de 2006

Debate nacional sobre educação

debate nacional sobre educação




como vamos melhorar a educação nos próximos anos?
publicado por serprofessor às 23:43
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Domingo, 14 de Maio de 2006

Crónicas de uma Profe no Exílio III

O exílio agora já não mora a 300 Km de casa. O exílio impregnou os gabinetes, as salas de reuniões, toda a 24 de Julho, os Paços do Conselho e qualquer lugar onde more a decisão e a bala do decreto. E o decreto agora não passa de um pergaminho envenenado de peçonha, e despeito. Quem o aplica espuma raiva e aplaude com a intensidade proporcional aos dividendos de poder que capitaliza. Vem em forma de seta, emitido por mãos certeiras que vingam as passadas aleivosias dos pedreiros-livres da nação, esses pensadores sem glória, os “flaneurs” da sociedade que carregam o saber como uma albarda que ninguém quer, porque a escolaridade é obrigatória e toca a passar tudo que mexa, porque os ratios são como ratoeiras, quanto mais ratos apanharem mais a Europa arrota. Não duvidem. O poder morre só e exilado, quando se exerce como reflexo de si mesmo. E o exílio das almas decisoras começa no momento em que a consciência se faz lâmina e a máscara pesa. E eu sei que a noite cai para todos, sobretudo para aqueles que têm nas suas mãos os desígnios de milhares de almas anónimas.

A hipocrisia começa e acaba no momento em que se capitalizam razões e acusações para justificar fins. Compra quem quer comprar o discurso mediático da moralização das hostes incumpridoras. Preparemo-nos, dizem, para a produtividade. Leia-se o sucesso a todo o custo, mesmo que não haja sucesso. E se não o fizermos, não nos podemos depois queixar se o ensino privado nos desacreditar, coisa que já não precisa senão de um empurrãozito final. Mas eu não vendo nem compro almas. Ouço-as, acompanho-as, dou-lhes autonomia e saber.  Se querem que a escola seja um departamento comercial ou de Marketing com ratios de produtividade, dêem-me o prémio único, que outro não quero, de dignificarem e apreciarem o que faço. E ainda assim, não há objectivos que se capitalizem quando tratamos de pessoas e não de shampoos ou outros produtos capilares. Ouçam-nos antes e tirem-nos o chapéu. Nenhuma outra classe aturaria o que temos aturado ao longo de duas ou três décadas de decisores iluminados e sisudos.

E não me venham com o discurso da globalização para a frente porque eu não sou massa amorfa nem nunca hei-de ser. Se lixarem ainda mais o ensino, lixando quem aí lhe sustenta as pontas, não venham depois culpar quem já foi culpabilizado. Ninguém pode ser julgado duas vezes. Carregamos já a culpa de Adão e Eva, fosse lá o que fosse que tivessem feito no Paraíso. Que mais culpas teremos de carregar? Não me venham endrominar com discursos de castigos divinos por delegação ministerial, porque não me convencem. Se querem aplicar medidas impopulares, não façam de otária toda uma nação e toda uma classe.

Tinha muito para vos contar, peripécias inenarráveis de tão absurdas, das quais me rio, como me rio de todos os burocratas que vestem a bata da assertividade e dizem que vivem. Talvez ainda o faça, quando acabar os relatórios e a escrita inútil que me mina as horas, a criatividade, a paciência, das oito às oito, o que não me traz novidade nenhuma, a não ser o facto de tal corresponder a horas de permanência na escola, com aulas e actividades e inúmeros buracos pelos meio, em que fico a tentar imitar os meus colegas da Finlândia, que esses sim, cumprem! Por isso voltar a casa e juntar a família é já uma miragem. Poder voltar a ter tempo para cuidar dos meus filhos, já era fantástico. Pergunta: será legal ter filhos? E se adoecerem? Quem quer saber com quem os deixo, nos intermináveis conselhos pedagógicos e outras reuniões onde a iguaria são decretos ou a aplicação de decretos? Não me lamentem a mim. Lamentem os meus alunos e os meus filhos. Em 2050 Portugal será o país mais pobre da Europa. (Quem sabe o que será nessa altura a Europa?) A globalização vai empacotá-los, etiquetá-los e pô-los numa linha de montagem. Eu já cresci. Aliás, eu nem sequer sou nada. A minha voz é um uníssono de outras caladas.

Texto enviado por Libelua

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Quinta-feira, 13 de Abril de 2006

Faltas dos deputados

Contactar os serviços da Assembleia da República, hoje, é impossível. O Parlamento só está aberto para visitas de estudo. É que se os funcionários públicos tiveram direito a tolerância de ponto durante esta tarde de quinta-feira, na AR o dia inteiro é de gazeta. À semelhança do de ontem, para 119 deputados...
Recolher justificações para as faltas dos parlamentares é quase missão impossível. O dia é de folga e a falta de quórum, que ontem impediu a aprovação de leis na Assembleia, faz com que muitos telemóveis, hoje, estejam desligados.
Fonte: Portugal Diário

Só tenho um comentário a fazer: que rico exemplo para o País!

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Terça-feira, 4 de Abril de 2006

Justificações

É bizarro termos alunos que não trabalham e não querem saber da escola para nada e termos de ser nós a justificar as más classificações que lhes atribuímos!

Numa altura em que se pretende desburocratizar, por que razão nas escolas complicamos cada vez mais?

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Domingo, 12 de Março de 2006

Computadores para apoio à actividade docente

As escolas públicas dos 2.º e 3.º ciclos do ensino básico e do ensino secundário podem candidatar-se para obter computadores portáteis, destinados à utilização individual e profissional das Tecnologias da Informação e do Conhecimento (TIC) por parte dos professores.



Fonte: Professores.pt

Mais informações em ««CRIE»»
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Terça-feira, 21 de Fevereiro de 2006

Concursos 2006

Convém recordar que:
Caro (a) Candidato (a)
Dia 6 de Março marca o início da Candidatura Inteligente, referente ao concurso de docentes de 2006. Efectue até lá o Teste Recomendado, no site da DGRHE. Divulgue ainda, junto dos candidatos que conhece (novos ou já inscritos), as vantagens de indicar um endereço de e-mail.
Com os melhores cumprimentos
DGRHE

Em conversa com vários colegas, tenho-me apercebido que muitos não indicaram um endereço de e-mail aquando da sua inscrição nos concursos. É importante que o façam, já que a DGRHE tem enviado algumas informações por essa via, tal como esta que aqui transcrevi.

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Sábado, 11 de Fevereiro de 2006

Aulas de substituição

Na semana que passou, ouvi a Ministra da Educação dizer algo parecido com isto:
"Ter vinte professores numa sala à espera de serem chamados para uma substituição é a pior solução possível!"
Concordo, verdade seja dita.
É mau para nós, professores, porque temos de estar à espera para ser ou não chamados. Entretanto o tempo passa e fica-nos a sensação de não ter feito nada, quando temos tanto trabalho para fazer!
Se somos chamados, lá vamos nós entreter as criancinhas. Termo forte, talvez, mas é a realidade.
Significa isto que estou contra manter os alunos ocupados na escola, mesmo quando não têm aulas? Claro que não! A forma de o fazer é que está errada.
Já aqui o disse uma vez e volto a repeti-lo: o ideal seria que os alunos fossem encaminhados para locais onde pudessem estar ocupados, com mais condições do que aquelas que existem dentro das salas de aula, nomeadamente para salas de estudo, bibliotecas, ludotecas... Assim, os professores estariam numa sala, não à espera que os fossem chamar, mas que os alunos fossem ter com eles, com alguma forma de controle a estudar em cada escola.
Os nossos alunos, em grande parte, têm um grande problema: falta de hábitos de trabalho/estudo. Por iniciativa própria, raramente se dirigem a uma sala de estudo, onde estão as pessoas indicadas para os ajudar. Não aproveitam os tempos que têm na escola para adiantar os trabalhos que depois fazem em casa, muitas vezes à pressa e sem qualquer tipo de apoio!
Acho que está na altura de lhes incutir algum tipo de resposabilidade, mesmo não sendo tarefa fácil. São demasiados anos de facilitismo, sobretudo nas transições de ano, sem qualquer tipo de penalização.
Parece-me que há muito a rever na forma como educamos. Será que não ainda não chegou a altura de repensar seriamente a Educação?

publicado por serprofessor às 11:46
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Sábado, 14 de Janeiro de 2006

Projecto chumbado

Foi ontem chumbado um projecto que procurava aproveitar a nossa mão-de-obra disponível bem como os equipamentos. Tratava-se de diminuir o número de alunos por turma ou sala.
Quais as vossas opiniões?
António Ramos


imagem de uma sala de aula da época Vitoriana


Segundo se lê no jornal Público, o Parlamento chumbou hoje (12.01.2006) o projecto-lei apresentado pelo Bloco de Esquerda (BE) a propor a redução do número de alunos por turma no ensino básico e secundário.
Duas questões se colocam:
- as ideologias de um partido político mudam conforme são oposição ou governo?
- a educação é, ou não, um factor fundamental da nossa sociedade?
Não me vou pronunciar sobre a primeira questão, parece-me estar respondida por natureza.
Quanto à segunda, parece-me que os nossos governos apenas se preocupam com números e esquecem que dentro de uma sala de aulas estão pessoas: crianças, adolescentes e professores.
Importa poupar dinheiro, importa que os níveis de retenção sejam baixos, importa manter os alunos dentro da escola.
Não importa desenvolver as competências fundamentais do ensino.

publicado por serprofessor às 10:58
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Quarta-feira, 4 de Janeiro de 2006

Para rir (???)

Clique nas imagens para as ampliar. Imagens recebidas por mail.

publicado por serprofessor às 12:11
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Terça-feira, 3 de Janeiro de 2006

Plano de recuperação

No primeiro dia de aulas do 2º período, os noticiários voltaram a lembrar que, este ano, ao alunos com mais dificuldades beneficiam de aulas de apoio a partir de agora.
Como sabem, trata-se de uma referência ao Despacho Normativo n.º 50/2005 que define, no âmbito da avaliação sumativa interna, princípios de actuação e normas orientadoras para implementação, acompanhamento e avaliação dos planos de recuperação como estratégia de intervenção para o sucesso educativo dos alunos do ensino básico.
Diz este despacho, no seu ponto 2:
Plano de recuperação
1—Para efeitos do presente despacho normativo, entende-se por plano de recuperação o conjunto das actividades concebidas no âmbito curricular e de enriquecimento curricular, desenvolvidas na escola ou sob a sua orientação, que contribuam para que os alunos adquiram as aprendizagens e as competências consagradas nos currículos em vigor do ensino básico.
2—O plano de recuperação é aplicável aos alunos que revelem dificuldades de aprendizagem em qualquer disciplina, área curricular disciplinar ou não disciplinar.
3—O plano de recuperação pode integrar, entre outras, as seguintes modalidades:
a) Pedagogia diferenciada na sala de aula;
b) Programas de tutoria para apoio a estratégias de estudo, orientação e aconselhamento do aluno;
c) Actividades de compensação em qualquer momento do ano lectivo ou no início de um novo ciclo;
d) Aulas de recuperação;
e) Actividades de ensino específico da língua portuguesa para alunos oriundos de países estrangeiros.
4—Sempre que, no final do 1º período, um aluno não tenha desenvolvido as competências necessárias para prosseguir com sucesso os seus estudos no 1º ciclo, ou, no caso dos restantes ciclos do ensino básico, obtenha três ou mais níveis inferiores a três, deve o professor do 1º ciclo ou o conselho de turma elaborar um plano de recuperação para o aluno.
5—O plano de recuperação é apresentado à direcção executiva do agrupamento ou escola, para os efeitos previstos no artigo 6º.
6—Na primeira semana do 2º período, o plano de recuperação é dado a conhecer, pelo responsável da turma, aos pais e encarregados de educação, procedendo-se de imediato à sua implementação.
7 —Os alunos que, no decurso do 2º período, nomeadamente até à interrupção das aulas no Carnaval, indiciem dificuldades de aprendizagem que possam comprometer o seu sucesso escolar são, igualmente, submetidos a um plano de recuperação.
8—O plano de recuperação é planeado, realizado e avaliado, quando necessário, em articulação com outros técnicos de educação, envolvendo os pais ou encarregados de educação e os alunos.

Que novidades traz este despacho? Nenhuma.
Há muitos anos que as escolas definem um plano de recuperação deste tipo para todos os alunos que revelam dificuldades.
Há muitos anos que as escolas disponibilizam aulas de apoio às disciplinas mais problemáticas que são, normalmente, as Línguas Portuguesa e Estrangeira e a Matemática.
Todos os anos os alunos são encaminhados para esse tipo de apoios, bem como para os serviços de Psicologia ou outros considerados necessários.
Todos os anos muitos encarregados de educação tomam conhecimento destes planos, tal como acontecerá no presente ano lectivo, mais uma vez.
O que costuma acontecer? Várias situações:
-muitos encarregados de educação recusam esses apoios, alegando que os alunos têm explicadores, ou que o horário não lhes convém, ou outras razões;
-muitos dos alunos vão às aulas de apoio obrigados e não tiram qualquer proveito delas, prejudicando, frequentemente, os restantes colegas;
-muitos alunos faltam, injustificadamente, até serem excluídos.
Depois, temos aqueles que realmente beneficiam destes planos de recuperação, que são os alunos que se mostram empenhados.
Custa-me que continuem a pensar que os alunos não têm sucesso por terem dificuldades de aprendizagem ou por não lhes serem dadas as condições para as ultrapassarem.
O problema grave da maior parte dos alunos é o pouco empenho nas actividades escolares, é a total desmotivação, é a falta de regras, é a desculpabilização por parte dos encarregados de educação e da própria sociedade.
Há alunos com dificuldades de aprendizagem? Certamente que sim.
Agora imaginemos que dou nível 2 a dez alunos, três com dificuldades de aprendizagem e sete porque não trabalham. Que vantagens vão ter esses três alunos com dificuldades, se vão ser tratados da mesma forma que os outros sete e que ainda vão ser prejudicados por ser uma grupo tão grande numa aula de apoio?
Os alunos não são iguais, não podem ser tratados da mesma forma e não há ninguém que os conheça melhor que os próprios professores.
De que nos servem estes despachos que são tão badalados na comunicação social, mas que nada de novo trazem?

publicado por serprofessor às 10:12
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Domingo, 25 de Dezembro de 2005

Prémios BLOPEs 2005

Os Prémios BL0PEs (um BLoPE é um BLOgue em Português ou Espanhol na área da Educação) pretendem divulgar e incentivar a utilização da importante ferramenta que é um blogue na área da Educação.

Pretendemos que estes prémios sejam uma marca de respeito, reconhecimento e homenagem ao trabalho que os educadores tiveram durante o ano, que as suas contribuições e esforços sejam mais reconhecidas pela comunidade.


Uma iniciativa do blogue Educação + Media = Educar para os Media.

publicado por serprofessor às 23:47
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Sábado, 17 de Dezembro de 2005

Exame de Português do 12º ano

Exame de Português do 12.º mantém-se obrigatório

O Ministério da Educação decidiu manter a obrigatoriedade do exame nacional de Português em todos os cursos gerais do 12.º ano, acolhendo assim a recomendação expressa no parecer do Conselho Nacional de Educação.


Ler mais no Educare.

publicado por serprofessor às 11:16
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